Quase todo mundo conhece a história original (grega) sobre Narciso: um belo rapaz que, todos os dias, ia contemplar seu rosto num lago. Era tão fascinado por si mesmo que, certa manhã, quando procurava admirar-se mais de perto, caiu na água e terminou morrendo afogado. No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que passamos a chamar de Narciso.
Em sua juventude, Rey era um narciso.
Em seu tempo em Edoras, adorava vir ao lago para observar a beleza na natureza, mas depois, como pode perceber, tudo provinha do seu ego.
Sua origem, seu sangue parte centauro o atraiam para os lagos, os rios, as florestas, para os esportes, para os exercícios físicos, que muitas vezes os outros bruxos não ligariam, considerariam inclusive coisas de trouxas.
E inicialmente era bem isso que acontecia. Rey adorava ver sua força e sua sabedoria a prática.
Porém, agora adulto, sua percepção era muito diferente.
Depois de muita viagens em busca de descobrir o que o futuro lhe reservava, em busca de se tornar um mestre em adivinhação, acabou descobrindo que o caminho para o futuro estava dentro de si.
Agora, na Costa Sul do lago de Edoras, estava sentado em uma pedra próxima a margem do lago.
Olhando as águas, se lembrou de uma história que vivencia a alguns anos, quando viajando pelo oriente, conheceu um velho bruxo que muito lhe ensinou ao pedir que ele, Rey, que na época apesar da sua beleza era um jovem muito triste, colocasse uma mão cheia de sal em um copo d’água e bebesse.
– Qual é o gosto? – perguntou ao Mestre.
– Ruim – disse Rey.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem Rey que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago, muito parecido com o de Edoras.
Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago, então o velho disse:
– Beba um pouco dessa água.
Enquanto a água escorria do queixo do jovem, o Mestre perguntou:
– Qual é o gosto?
– Bom! – disse o rapaz.
– Você sente o gosto do sal? – Perguntou o Mestre.
– Não – disse o jovem.
O Mestre então sentou ao lado do jovem, pegou sua mão e disse:
– A dor na vida de uma pessoa é inevitável. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Então, quando você sofrer, a única coisa que você deve fazer é aumentar a percepção das coisas boas que você tem na vida.
Então, completou:
- Deixe de ser um copo. Torne-se um lago.
Talvez, para pessoas não iniciadas nas perspectivas das magias de adivinhação aquela história não fizesse sentido, mas para Ray elas faziam um sentido gigantesco.
Foi naquele momento que aprendeu que para poder desbloquear a magia que buscava, precisava superar seu ego, seu orgulho, sua vaidade, parar de pensar apenas em si, mas pensar em todos, em tudo. Pensar em como um bater de asas de uma borboleta pode desencadear eventos que causasse um tsunami.
Desde aquele dia um dos seus hábitos favoritos se tornou a meditação.
Sempre que podia, Rey se recolhia em seus aposentos ou então andava até locais como aquele, onde nenhum ser pudesse o incomodar e assim ele pudesse meditar.
Naquele dia, tinha muito o que pensar, novos alunos chegariam, precisava revisar e descobrir como seu conhecimento poderia ajudar ou atrapalhar o futuro dos novos bruxos que com ele se formariam.
Somente entendendo todos os caminhos possíveis que poderia prever o futuro.
Assim, refletindo enquanto o dia acabava, começou a declamar:
“Às vezes, quando a noite vem caindo,
Tranquilamente, sossegadamente,
Encosto-me e vou seguindo
A curva melancólica do Poente.
Não quero a luz acesa. Na penumbra,
Pensa-se mais e pensa-se melhor.
A luz magoa os olhos e deslumbra,
E eu quero ver em mim, ó meu amor!
Para fazer exame de consciência
Quero silêncio, paz, recolhimento
Pois só assim, durante a tua ausência,
Consigo libertar o pensamento.
Procuro então aniquilar em mim,
A nefasta influência que domina
Os meus nervos cansados; mas por fim,
Reconheço que amar-te é minha sina.
Longe de ti atrevo-me a pensar
Nesse estranho rigor que me acorrenta:
E tenho a sensação do alto mar,
Numa noite selvagem de tormenta.
Tens no olhar magias de profeta
Que sabe ler no céu, no mar, nas brasas...
Adivinhas... Serei a borboleta
Que vendo a luz deixa queimar as asas.
No entanto — vê lá tu!— Eu não lamento
Esta vontade que se impõe à minha...
Nem me revolto... cedo ao encantamento... “
Em sua juventude, Rey era um narciso.
Em seu tempo em Edoras, adorava vir ao lago para observar a beleza na natureza, mas depois, como pode perceber, tudo provinha do seu ego.
Sua origem, seu sangue parte centauro o atraiam para os lagos, os rios, as florestas, para os esportes, para os exercícios físicos, que muitas vezes os outros bruxos não ligariam, considerariam inclusive coisas de trouxas.
E inicialmente era bem isso que acontecia. Rey adorava ver sua força e sua sabedoria a prática.
Porém, agora adulto, sua percepção era muito diferente.
Depois de muita viagens em busca de descobrir o que o futuro lhe reservava, em busca de se tornar um mestre em adivinhação, acabou descobrindo que o caminho para o futuro estava dentro de si.
Agora, na Costa Sul do lago de Edoras, estava sentado em uma pedra próxima a margem do lago.
Olhando as águas, se lembrou de uma história que vivencia a alguns anos, quando viajando pelo oriente, conheceu um velho bruxo que muito lhe ensinou ao pedir que ele, Rey, que na época apesar da sua beleza era um jovem muito triste, colocasse uma mão cheia de sal em um copo d’água e bebesse.
– Qual é o gosto? – perguntou ao Mestre.
– Ruim – disse Rey.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem Rey que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago, muito parecido com o de Edoras.
Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago, então o velho disse:
– Beba um pouco dessa água.
Enquanto a água escorria do queixo do jovem, o Mestre perguntou:
– Qual é o gosto?
– Bom! – disse o rapaz.
– Você sente o gosto do sal? – Perguntou o Mestre.
– Não – disse o jovem.
O Mestre então sentou ao lado do jovem, pegou sua mão e disse:
– A dor na vida de uma pessoa é inevitável. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Então, quando você sofrer, a única coisa que você deve fazer é aumentar a percepção das coisas boas que você tem na vida.
Então, completou:
- Deixe de ser um copo. Torne-se um lago.
Talvez, para pessoas não iniciadas nas perspectivas das magias de adivinhação aquela história não fizesse sentido, mas para Ray elas faziam um sentido gigantesco.
Foi naquele momento que aprendeu que para poder desbloquear a magia que buscava, precisava superar seu ego, seu orgulho, sua vaidade, parar de pensar apenas em si, mas pensar em todos, em tudo. Pensar em como um bater de asas de uma borboleta pode desencadear eventos que causasse um tsunami.
Desde aquele dia um dos seus hábitos favoritos se tornou a meditação.
Sempre que podia, Rey se recolhia em seus aposentos ou então andava até locais como aquele, onde nenhum ser pudesse o incomodar e assim ele pudesse meditar.
Naquele dia, tinha muito o que pensar, novos alunos chegariam, precisava revisar e descobrir como seu conhecimento poderia ajudar ou atrapalhar o futuro dos novos bruxos que com ele se formariam.
Somente entendendo todos os caminhos possíveis que poderia prever o futuro.
Assim, refletindo enquanto o dia acabava, começou a declamar:
“Às vezes, quando a noite vem caindo,
Tranquilamente, sossegadamente,
Encosto-me e vou seguindo
A curva melancólica do Poente.
Não quero a luz acesa. Na penumbra,
Pensa-se mais e pensa-se melhor.
A luz magoa os olhos e deslumbra,
E eu quero ver em mim, ó meu amor!
Para fazer exame de consciência
Quero silêncio, paz, recolhimento
Pois só assim, durante a tua ausência,
Consigo libertar o pensamento.
Procuro então aniquilar em mim,
A nefasta influência que domina
Os meus nervos cansados; mas por fim,
Reconheço que amar-te é minha sina.
Longe de ti atrevo-me a pensar
Nesse estranho rigor que me acorrenta:
E tenho a sensação do alto mar,
Numa noite selvagem de tormenta.
Tens no olhar magias de profeta
Que sabe ler no céu, no mar, nas brasas...
Adivinhas... Serei a borboleta
Que vendo a luz deixa queimar as asas.
No entanto — vê lá tu!— Eu não lamento
Esta vontade que se impõe à minha...
Nem me revolto... cedo ao encantamento... “