17 de novembro de 1975 – Curitiba
Numa manhã fria e chuvosa, nascia Joe Spiegel. Um bebe como qualquer outro, mas que tinha pela frente uma história cheia de venturas e desventuras das quais ele jamais poderia imaginar.
Quando criança, era um rapaz extremamente curioso, adorava descobrir como as coisas funcionavam. Antes de completar 11 anos já havia desmontando e remontado pelo dois aparelhos de televisão (uma caixa onde os trouxas usam para transmitir várias imagens em sequência, criando a uma falsa ilusão de movimento). Claro, nesse processo já tinha quebrado pelo menos outras 3 televisões. Deixando seu pai, Jonas, furioso e sua mãe, Elba, admirada.
Seu pai não ganhava muito, era um professor de história de um colégio público trouxa. Suava para ganhar cada centavo (um tipo de sicles dos humanos). Já sua mãe cuidava da casa, e por isso adorava ver que o filho se dava tão bem com os aparelhos e a vida de trouxa.
No entanto, tudo isso mudou. Joe e Jonas não sabiam, mas Elba descendia de uma longa linhagem de bruxos escoceses, no entanto ela não tinha poderes mágicos e por isso fugiu par ao Brasil.
Ao longo dos anos, poucos vestígios de magia se mostraram na vida do garoto. Tão discretos que Joe nem chegava a perceber. Uma única vez, quando tinha 9 anos de idade, se metera numa grande encrenca quando o encontraram no telhado da cozinha da escola. Alguns garotos mais velhos o estavam perseguindo, como sempre, e tanto para surpresa de Joe quanto dos outros, ele apareceu sentado na chaminé. O pai de Joe, que lecionava na mesma escola, foi chamado as presas na sala dos professores ao berro da coordenadora da escola dizendo que seu filho estava escalando os prédios da escola. No entanto, o que Joe tentara fazer (conforme contou ao Pai) fora saltar para trás das grandes latas de lixo da porta da cozinha. Sem saber como foi parar no telhado do local, apenas imaginava que o vento devia tê-lo apanhado na hora em que saltou.
Janeiro de 1987 - Curitiba
Foi assim então que em janeiro de 1987, alguns meses depois de completar 11 anos, Joe recebeu uma carta. Era uma carta totalmente escrita à mão e com um carimbo um tanto quanto diferente, era uma carta informando que ele havia sido convidado a ingressar no Liceu Edoras de Artes Magicas, uma escola para jovens com dons especiais segundo a mesma.
Ao ouvir as narrativas sua mãe, tanto Joe como seu pai ficaram em um misto de maravilha e medo. Marvilha por toda a descoberta de um novo mundo, e medo não só pelo que ainda enfrentariam ao desbravarem o desconhecido, mas principalmente pela forma com que Elba contava ser tratada pelos bruxos nobres por ser um aborto (forma com que os europeus tratavam os bruxos que não nasciam com sangue magico).
Março de 1987 – Curitiba/Verdello
Com todas as cartas na mesa, Elba argumentou fortemente que eram uma família mais feliz sem magia. Mas Jonas foi firme e decidiu positivamente depois de conversar pessoalmente com o diretor Guillaume de Machaut Neto, que fora até a humilde residência dos Spiegel depois de notar a demora de resposta sobre a vinda do jovem bruxo. Decisão que deixou o curioso garoto extremamente animado para aprender tudo sobre esse novo mundo.
Assim então, usando apenas transportes trouxas – o que dificultou muito a viagem – Jonas e Joe chegaram em um velho fusca 73 a pequena cidade jamais mapeada pelos não praticantes de mágica: Verdello.
Ambos os Spiegels ficaram surpresos com a beleza inexplicável do local. Tudo parecia novíssimo, ao mesmo tempo que transmitia uma ar respeitoso, nobre, praticamente ancestral e ainda assim, com raras exceções, construções impecáveis que pareciam recentemente construídas.
Depois de varias horas de procura e varias descobertas, os Spiegels trocaram seu dinheiro trouxa por dinheiro bruxo e compraram quase todos os itens necessários da estanha e inusitada lista escolar do jovem Joe. Passar pelas lojas de livros, ingredientes magicos e até mesmo varinhas, onde compraram a primeira das três varinhas que Joe possuiria em sua vida.
No entanto eles não eram os únicos que olhavam com espanto. Vários bruxos olhavam com escarnio e desprezo para o Joe e seu pai. A maioria parecia não se importar, mas mesmo que eles não notassem, mais de uma vez bruxos que cruzavam seu caminho faziam piadas ou olhar com soberba.
Faltando apenas comprar um caldeirão, que não sabiam onde encontrar (Afinal, a loja de caldeirões é a mais afastada do centro da cidade), perguntaram a um senhor que usava uma capa preta e acompanhava o filho que segurava uma caldeirão novíssimo.
Jonas, oportunista, se aproximou para perguntar ao senhor onde comprar uma caldeirão como aquele:
- Olá senhor, desculpe incomodar, mas poderia me informar onde...
Porém, notando a aproximação do homem em trajes trouxas, o senhor se afastou, fingindo não ter escudado o pai de Joe, deixando-o parado com a lista de compras na mão.
- Bem que sua mãe nos avisou... – Disse Jonas.
Felizmente depois de perguntarem para pessoas mais simpáticas conseguiram comprar o caldeirão. E depois, antes de se dirigir ao barco que o levaria embora, tiveram ambos uma longa e afetuosa despedida, onde Joe abraçou Jonas, com um misto de vontade de largar e ir descobrir novas aventuras e medo de ser tratado como a mãe.
- E se eles não gostarem de mim igual não gostaram da mamãe? – Disse com olhos quase marejados.
- Não se preocupe – Afirmou o pai firme, mas sorridente, tentando não transparecer seu próprio medo de enviar o filho a um local totalmente desconhecido. – Só não quebre a televisão deles que aposto que todos vão gostar de você.
Joe demorou um pouco mais no abraço, mas seu pai o apressou.
- Gostaria de ficar mais contigo, mas um novo mundo de esperava e eu ainda tenho algumas horas de viagem até o aeroporto mais próximo antes de voltar para casa...
Essa foi a última vez que ambos se abraçaram.
Jonas seguiu em direção ao fusca, que encontrou magicamente alterado (Mas mais sobre isso veremos depois).
Já Joe, saiu caminhando admirando em direção as docas. Porém, quando estava a apenas alguns metros, um jovem chamou sua atenção.
- Hey, você ai com as roupas de trouxa. Conseguiu o caldeirão?
Joe não sabia o que trouxa significava. Mas notou que era o mesmo garoto cujo pai ignorou o seu, mas dessa vez estava sozinho. Imaginando que ele quisesse pedi desculpas, se aproximou na doce ilusão quase certa de que iria conseguir um novo amigo.
- Sim, consegui, foi bem fácil até, foi só virar aquela rua atrás da loja do Senhor Port...
Enquanto falava, Joe olhava e apontava em direção do local em que falava. Essa desatenção lhe custou caro. Antes que pudesse voltar sua face e olhar o rosto do garoto atlético que lhe chamava atenção um forte muro bateu for em seu olho esquerdo.
- Trouxa inutil... - riu o garoto.
Ele não sabia ainda, mas aquele soco mudaria sua vida.
Numa manhã fria e chuvosa, nascia Joe Spiegel. Um bebe como qualquer outro, mas que tinha pela frente uma história cheia de venturas e desventuras das quais ele jamais poderia imaginar.
Quando criança, era um rapaz extremamente curioso, adorava descobrir como as coisas funcionavam. Antes de completar 11 anos já havia desmontando e remontado pelo dois aparelhos de televisão (uma caixa onde os trouxas usam para transmitir várias imagens em sequência, criando a uma falsa ilusão de movimento). Claro, nesse processo já tinha quebrado pelo menos outras 3 televisões. Deixando seu pai, Jonas, furioso e sua mãe, Elba, admirada.
Seu pai não ganhava muito, era um professor de história de um colégio público trouxa. Suava para ganhar cada centavo (um tipo de sicles dos humanos). Já sua mãe cuidava da casa, e por isso adorava ver que o filho se dava tão bem com os aparelhos e a vida de trouxa.
No entanto, tudo isso mudou. Joe e Jonas não sabiam, mas Elba descendia de uma longa linhagem de bruxos escoceses, no entanto ela não tinha poderes mágicos e por isso fugiu par ao Brasil.
Ao longo dos anos, poucos vestígios de magia se mostraram na vida do garoto. Tão discretos que Joe nem chegava a perceber. Uma única vez, quando tinha 9 anos de idade, se metera numa grande encrenca quando o encontraram no telhado da cozinha da escola. Alguns garotos mais velhos o estavam perseguindo, como sempre, e tanto para surpresa de Joe quanto dos outros, ele apareceu sentado na chaminé. O pai de Joe, que lecionava na mesma escola, foi chamado as presas na sala dos professores ao berro da coordenadora da escola dizendo que seu filho estava escalando os prédios da escola. No entanto, o que Joe tentara fazer (conforme contou ao Pai) fora saltar para trás das grandes latas de lixo da porta da cozinha. Sem saber como foi parar no telhado do local, apenas imaginava que o vento devia tê-lo apanhado na hora em que saltou.
Janeiro de 1987 - Curitiba
Foi assim então que em janeiro de 1987, alguns meses depois de completar 11 anos, Joe recebeu uma carta. Era uma carta totalmente escrita à mão e com um carimbo um tanto quanto diferente, era uma carta informando que ele havia sido convidado a ingressar no Liceu Edoras de Artes Magicas, uma escola para jovens com dons especiais segundo a mesma.
Ao ouvir as narrativas sua mãe, tanto Joe como seu pai ficaram em um misto de maravilha e medo. Marvilha por toda a descoberta de um novo mundo, e medo não só pelo que ainda enfrentariam ao desbravarem o desconhecido, mas principalmente pela forma com que Elba contava ser tratada pelos bruxos nobres por ser um aborto (forma com que os europeus tratavam os bruxos que não nasciam com sangue magico).
Março de 1987 – Curitiba/Verdello
Com todas as cartas na mesa, Elba argumentou fortemente que eram uma família mais feliz sem magia. Mas Jonas foi firme e decidiu positivamente depois de conversar pessoalmente com o diretor Guillaume de Machaut Neto, que fora até a humilde residência dos Spiegel depois de notar a demora de resposta sobre a vinda do jovem bruxo. Decisão que deixou o curioso garoto extremamente animado para aprender tudo sobre esse novo mundo.
Assim então, usando apenas transportes trouxas – o que dificultou muito a viagem – Jonas e Joe chegaram em um velho fusca 73 a pequena cidade jamais mapeada pelos não praticantes de mágica: Verdello.
Ambos os Spiegels ficaram surpresos com a beleza inexplicável do local. Tudo parecia novíssimo, ao mesmo tempo que transmitia uma ar respeitoso, nobre, praticamente ancestral e ainda assim, com raras exceções, construções impecáveis que pareciam recentemente construídas.
Depois de varias horas de procura e varias descobertas, os Spiegels trocaram seu dinheiro trouxa por dinheiro bruxo e compraram quase todos os itens necessários da estanha e inusitada lista escolar do jovem Joe. Passar pelas lojas de livros, ingredientes magicos e até mesmo varinhas, onde compraram a primeira das três varinhas que Joe possuiria em sua vida.
No entanto eles não eram os únicos que olhavam com espanto. Vários bruxos olhavam com escarnio e desprezo para o Joe e seu pai. A maioria parecia não se importar, mas mesmo que eles não notassem, mais de uma vez bruxos que cruzavam seu caminho faziam piadas ou olhar com soberba.
Faltando apenas comprar um caldeirão, que não sabiam onde encontrar (Afinal, a loja de caldeirões é a mais afastada do centro da cidade), perguntaram a um senhor que usava uma capa preta e acompanhava o filho que segurava uma caldeirão novíssimo.
Jonas, oportunista, se aproximou para perguntar ao senhor onde comprar uma caldeirão como aquele:
- Olá senhor, desculpe incomodar, mas poderia me informar onde...
Porém, notando a aproximação do homem em trajes trouxas, o senhor se afastou, fingindo não ter escudado o pai de Joe, deixando-o parado com a lista de compras na mão.
- Bem que sua mãe nos avisou... – Disse Jonas.
Felizmente depois de perguntarem para pessoas mais simpáticas conseguiram comprar o caldeirão. E depois, antes de se dirigir ao barco que o levaria embora, tiveram ambos uma longa e afetuosa despedida, onde Joe abraçou Jonas, com um misto de vontade de largar e ir descobrir novas aventuras e medo de ser tratado como a mãe.
- E se eles não gostarem de mim igual não gostaram da mamãe? – Disse com olhos quase marejados.
- Não se preocupe – Afirmou o pai firme, mas sorridente, tentando não transparecer seu próprio medo de enviar o filho a um local totalmente desconhecido. – Só não quebre a televisão deles que aposto que todos vão gostar de você.
Joe demorou um pouco mais no abraço, mas seu pai o apressou.
- Gostaria de ficar mais contigo, mas um novo mundo de esperava e eu ainda tenho algumas horas de viagem até o aeroporto mais próximo antes de voltar para casa...
Essa foi a última vez que ambos se abraçaram.
Jonas seguiu em direção ao fusca, que encontrou magicamente alterado (Mas mais sobre isso veremos depois).
Já Joe, saiu caminhando admirando em direção as docas. Porém, quando estava a apenas alguns metros, um jovem chamou sua atenção.
- Hey, você ai com as roupas de trouxa. Conseguiu o caldeirão?
Joe não sabia o que trouxa significava. Mas notou que era o mesmo garoto cujo pai ignorou o seu, mas dessa vez estava sozinho. Imaginando que ele quisesse pedi desculpas, se aproximou na doce ilusão quase certa de que iria conseguir um novo amigo.
- Sim, consegui, foi bem fácil até, foi só virar aquela rua atrás da loja do Senhor Port...
Enquanto falava, Joe olhava e apontava em direção do local em que falava. Essa desatenção lhe custou caro. Antes que pudesse voltar sua face e olhar o rosto do garoto atlético que lhe chamava atenção um forte muro bateu for em seu olho esquerdo.
- Trouxa inutil... - riu o garoto.
Ele não sabia ainda, mas aquele soco mudaria sua vida.
Última edição por Joe Spiegel em 30/1/2017, 18:46, editado 1 vez(es)