Verdello

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A Magia em todo lugar!


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    Verdello Tales #01

    Joe Spiegel
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    Mensagem por Joe Spiegel 28/1/2017, 19:48

    17 de novembro de 1975 – Curitiba
    Numa manhã fria e chuvosa, nascia Joe Spiegel. Um bebe como qualquer outro, mas que tinha pela frente uma história cheia de venturas e desventuras das quais ele jamais poderia imaginar.

    Quando criança, era um rapaz extremamente curioso, adorava descobrir como as coisas funcionavam. Antes de completar 11 anos já havia desmontando e remontado pelo dois aparelhos de televisão (uma caixa onde os trouxas usam para transmitir várias imagens em sequência, criando a uma falsa ilusão de movimento). Claro, nesse processo já tinha quebrado pelo menos outras 3 televisões. Deixando seu pai, Jonas, furioso e sua mãe, Elba, admirada.

    Seu pai não ganhava muito, era um professor de história de um colégio público trouxa. Suava para ganhar cada centavo (um tipo de sicles dos humanos). Já sua mãe cuidava da casa, e por isso adorava ver que o filho se dava tão bem com os aparelhos e a vida de trouxa.

    No entanto, tudo isso mudou. Joe e Jonas não sabiam, mas Elba descendia de uma longa linhagem de bruxos escoceses, no entanto ela não tinha poderes mágicos e por isso fugiu par ao Brasil.

    Ao longo dos anos, poucos vestígios de magia se mostraram na vida do garoto. Tão discretos que Joe nem chegava a perceber. Uma única vez, quando tinha 9 anos de idade, se metera numa grande encrenca quando o encontraram no telhado da cozinha da escola. Alguns garotos mais velhos o estavam perseguindo, como sempre, e tanto para surpresa de Joe quanto dos outros, ele apareceu sentado na chaminé. O pai de Joe, que lecionava na mesma escola, foi chamado as presas na sala dos professores ao berro da coordenadora da escola dizendo que seu filho estava escalando os prédios da escola. No entanto, o que Joe tentara fazer (conforme contou ao Pai) fora saltar para trás das grandes latas de lixo da porta da cozinha. Sem saber como foi parar no telhado do local, apenas imaginava que o vento devia tê-lo apanhado na hora em que saltou.

    Janeiro de 1987 - Curitiba
    Foi assim então que em janeiro de 1987, alguns meses depois de completar 11 anos, Joe recebeu uma carta. Era uma carta totalmente escrita à mão e com um carimbo um tanto quanto diferente, era uma carta informando que ele havia sido convidado a ingressar no Liceu Edoras de Artes Magicas, uma escola para jovens com dons especiais segundo a mesma.

    Ao ouvir as narrativas sua mãe, tanto Joe como seu pai ficaram em um misto de maravilha e medo. Marvilha por toda a descoberta de um novo mundo, e medo não só pelo que ainda enfrentariam ao desbravarem o desconhecido, mas principalmente pela forma com que Elba contava ser tratada pelos bruxos nobres por ser um aborto (forma com que os europeus tratavam os bruxos que não nasciam com sangue magico).

    Março de 1987 – Curitiba/Verdello
    Com todas as cartas na mesa, Elba argumentou fortemente que eram uma família mais feliz sem magia. Mas Jonas foi firme e decidiu positivamente depois de conversar pessoalmente com o diretor Guillaume de Machaut Neto, que fora até a humilde residência dos Spiegel depois de notar a demora de resposta sobre a vinda do jovem bruxo. Decisão que deixou o curioso garoto extremamente animado para aprender tudo sobre esse novo mundo.

    Assim então, usando apenas transportes trouxas – o que dificultou muito a viagem – Jonas e Joe chegaram em um velho fusca 73 a pequena cidade jamais mapeada pelos não praticantes de mágica: Verdello.

    Ambos os Spiegels ficaram surpresos com a beleza inexplicável do local. Tudo parecia novíssimo, ao mesmo tempo que transmitia uma ar respeitoso, nobre, praticamente ancestral e ainda assim, com raras exceções, construções impecáveis que pareciam recentemente construídas.

    Depois de varias horas de procura e varias descobertas, os Spiegels trocaram seu dinheiro trouxa por dinheiro bruxo e compraram quase todos os itens necessários da estanha e inusitada lista escolar do jovem Joe. Passar pelas lojas de livros, ingredientes magicos e até mesmo varinhas, onde compraram a primeira das três varinhas que Joe possuiria em sua vida.

    No entanto eles não eram os únicos que olhavam com espanto. Vários bruxos olhavam com escarnio e desprezo para o Joe e seu pai. A maioria parecia não se importar, mas mesmo que eles não notassem, mais de uma vez bruxos que cruzavam seu caminho faziam piadas ou olhar com soberba.

    Faltando apenas comprar um caldeirão, que não sabiam onde encontrar (Afinal, a loja de caldeirões é a mais afastada do centro da cidade), perguntaram a um senhor que usava uma capa preta e acompanhava o filho que segurava uma caldeirão novíssimo.

    Jonas, oportunista, se aproximou para perguntar ao senhor onde comprar uma caldeirão como aquele:

    - Olá senhor, desculpe incomodar, mas poderia me informar onde...

    Porém, notando a aproximação do homem em trajes trouxas, o senhor se afastou, fingindo não ter escudado o pai de Joe, deixando-o parado com a lista de compras na mão.

    - Bem que sua mãe nos avisou... – Disse Jonas.

    Felizmente depois de perguntarem para pessoas mais simpáticas conseguiram comprar o caldeirão. E depois, antes de se dirigir ao barco que o levaria embora, tiveram ambos uma longa e afetuosa despedida, onde Joe abraçou Jonas, com um misto de vontade de largar e ir descobrir novas aventuras e medo de ser tratado como a mãe.


    - E se eles não gostarem de mim igual não gostaram da mamãe? – Disse com olhos quase marejados.

    - Não se preocupe – Afirmou o pai firme, mas sorridente, tentando não transparecer seu próprio medo de enviar o filho a um local totalmente desconhecido.Só não quebre a televisão deles que aposto que todos vão gostar de você.

    Joe demorou um pouco mais no abraço, mas seu pai o apressou.

    - Gostaria de ficar mais contigo, mas um novo mundo de esperava e eu ainda tenho algumas horas de viagem até o aeroporto mais próximo antes de voltar para casa...

    Essa foi a última vez que ambos se abraçaram.

    Jonas seguiu em direção ao fusca, que encontrou magicamente alterado (Mas mais sobre isso veremos depois).

    Já Joe, saiu caminhando admirando em direção as docas. Porém, quando estava a apenas alguns metros, um jovem chamou sua atenção.


    - Hey, você ai com as roupas de trouxa. Conseguiu o caldeirão?

    Joe não sabia o que trouxa significava. Mas notou que era o mesmo garoto cujo pai ignorou o seu, mas dessa vez estava sozinho. Imaginando que ele quisesse pedi desculpas, se aproximou na doce ilusão quase certa de que iria conseguir um novo amigo.

    - Sim, consegui, foi bem fácil até, foi só virar aquela rua atrás da loja do Senhor Port...

    Enquanto falava, Joe olhava e apontava em direção do local em que falava. Essa desatenção lhe custou caro. Antes que pudesse voltar sua face e olhar o rosto do garoto atlético que lhe chamava atenção um forte muro bateu for em seu olho esquerdo.

    - Trouxa inutil... - riu o garoto.

    Ele não sabia ainda, mas aquele soco mudaria sua vida.


    Última edição por Joe Spiegel em 30/1/2017, 18:46, editado 1 vez(es)
    Matthew Spencer
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    Mensagem por Matthew Spencer 29/1/2017, 17:07


    1975 - Salzburg
    O que parecia um dia normal logo se tornou em uma confusão. Ana Maria Spencer estava prestes a dar a luz a uma criança que teria uma vida longa e cheia de grandes histórias. Esse era Matthew Spencer.

    O pai Thelonius fora muito ausente em seus primeiros seis anos, enquanto sua mãe o protegia de uma forma interessante, como se a vida dele dependesse dessa proteção. Matthew não entendia direito tudo isso, embora sua mãe tentasse explicar, mas toda vez que os pais se encontravam era como se fosse a última vez. O garoto não sabia o que o pai fazia, mas parecia importante, sempre que o via recebia um simples afago na cabeça e uns doces daquele homem sério, discreto e com cara de poucos amigos.

    Por outro lado, costumava a se mudar muito com sua mãe, e sempre ia a lugares diferentes, às vezes sombrios, nunca desgrudando dela. Embora o clima fosse estranho, era incrível a habilidade de sua mãe de mostrar que tudo estava bem. O contato com outras crianças era restrito, mas acontecia de vez em quando, embora sua mãe sempre estivesse ali para protegê-los. Aquilo deixava Matt com uma sensação de fraqueza em determinados momentos, parecia que algo estava prestes a acontecer e ele não poderia fazer nada para impedir.

    Tudo mudou aos seis anos de idade, quando, certo dia, seu pai chegara sorridente em casa (a décima quinta em seis anos para ser mais exato), abraçou sua mãe, e, depois, segurando-o no ar com um largo sorriso nunca visto antes por Matt.

    - Senti saudades de você filho... Mas nunca mais vou sentir, pois vamos para o Brasil! - disse de forma entusiasmada.

    Matt não entendeu muito a frase, mas sorriu também, parecia algo bom. Pelo visto, a guerra (tudo o que Matt conseguiu concluir daquilo tudo) havia acabado.

    1981 - Rio de Janeiro
    Ao chegar ao Rio de Janeiro, tudo parecia diferente, mais alegre, feliz e dentre outros bons adjetivos. Seu pai, embora ainda sério, se mostrava bem disposto e até chegou a tirar algumas fotos com sua mãe. Era outro clima.

    A infância de Matthew no Brasil foi muito diferente da infância na Áustria, o garoto frequentou uma escola trouxa no mesmo bairro e, inclusive, foi muito popular, fazendo diversos amigos. Seu físico privilegiado o ajudou bastante, fazendo com que o rapaz fosse um dos grandes nomes da escola em esportes como futebol, vôlei e até mesmo natação, o que inflava o ego do rapaz. Apesar disso, além de demonstrar certa arrogância em determinados momentos, talvez pela primeira infância ter sido um pouco reclusa, Matt nunca foi de praticado o chamado bullying com seus colegas menos privilegiados, ao contrário, sempre tentando ajudá-los a melhorar e defendendo-os de possíveis valentões que aparecessem no caminho.

    Apesar de tudo, Matt sempre se sentia entediado com facilidade, era tudo tão fácil, todos o amavam, se dava bem em tudo sem precisar de muito esforço. Parecia faltar algo em sua vida.

    Seus pais explicavam sobre magia, mas nunca deram tantos detalhes sobre isso, dando o tempo ao tempo. O garoto já houvera experimentado situações estranhas, como quando fez o sinal da escola tocar duas horas antes do horário da saída por estar cansado de olhar para a professora, ou quando fez um vidro desaparecer para um valentão maior do que ele, que estava importunando os mais jovens, cair.

    Janeiro de 1987 - Rio de Janeiro
    Parecia uma manhã como outra qualquer, a diferença era a enxurrada de cartas que a família Spencer recebera naquele dia, todas endereçadas ao filho prodígio do casal. Matt ficara extremamente surpreso com isso, sabia que seu pai havia feito coisas boas, mas ambos nunca tiveram um diálogo muito aberto sobre isso, talvez porque Thelonius não queria que sua fama exacerbada prejudicasse o filho, além claro, das lembranças tristes da guerra ainda em sua mente.

    Matt teve total liberdade de seus pais para escolher para onde iria, mesmo que isso significasse abandonar os ensinamentos mágicos e permanecer como trouxa, o que deixou o jovem garoto surpreso.

    - Pode pensar o quanto quiser filho, sabemos que você está bem ambientado em sua escola trouxa e, se quiser permanecer assim, não iremos lhe impedir - disse seu pai. Thelonius sempre procurara explicar toda a problemática da vida para seu filho, mágica ou não.

    Matt pensou durante alguns dias, estava extremamente empolgado com tudo aquilo, leu e releu as cartas diversas vezes. Como eram os nomes? Hogwarts, Durmstrang, Beauxbattons, uma escola que esqueceu o nome rapidamente na Áustria e... Edoras. Edoras? Era local, no Brasil, país que lhe dera tudo.

    - Quero ficar no Brasil, quero ir para Edoras - disse o garoto confiante aos pais. A reação de seus pais foi interessante, Thelonius sorriu de uma forma nunca antes vista, enquanto sua mãe pareceu meio chocada, talvez por ele não ter escolhido Hogwarts.

    - Então você é apaixonado pelo Brasil como eu, não? - disse seu pai dando uma risada e um afago em sua cabeça.

    A verdade é que Matthew tinha um lugar guardado em Hogwarts desde que nascera e não iria tomá-lo. Talvez isso explicasse a surpresa de sua mãe, que teria que explicar, junto ao pai, a Dumbledore porque o filho não iria.

    Março de 1987 – Rio de Janeiro/Verdello
    E, em março, chegara o grande dia, finalmente era o momento do garoto deixar o entediante mundo trouxa para lá e desembarcar em uma nova fase da vida. Seu pai havia viajado para Londres para conversar com Dumbledore enquanto sua mãe iria com ele até Verdello apenas para orientá-lo. Iriam utilizar a rede de flu para isso, até para já ambientá-lo ao mundo mágico, já que, embora soubesse de tudo, Matt ficava mais alheio a isso.

    Chegando em Verdello, Matt fora extremamente bem recebido por todos, o senhor Portgas, ao entregar sua varinha, o contou o quanto estava surpreso pela presença do rapaz no local e o quanto ele parecia destinado a grandes coisas, principalmente ao receber aquela varinha tão poderosa, segundo Portgas. No corujal o tratamento também fora excelente, com o próprio dono do local surgindo para atendê-lo, enquanto um certo vendedor estranho e cômico de cabelo azul era segurado firmemente por outro rapaz sisudo.

    Sua mãe ficara mais afastada em todos os momentos, apenas indicando para onde o rapaz deveria ir. Ela estava surpresa com a independência do filho, sempre temeu que o período recluso e superprotetor na Áustria estragassem isso.

    Ao chegar no porto, Ana Maria se abaixou para falar com o filho.

    - Hora da despedida meu filho... Vá lá e faça seu melhor! - disse com um beijo na testa e um abraço longo e apertado.

    Matt se sentiu estranho enquanto via sua mãe caminhar e desaparecer no horizonte, era um misto de sensações, era a primeira vez que seus pais o deixavam sozinho de fato, embora isso acontecesse na escola, parecia que alguém da família ainda o observava, era estranho. Agora não, estava, de fato sozinho.

    O garoto começou a andar em direção às docas, quando viu um garoto, relativamente grande, implicando com um outro garoto que parecia vir de uma família trouxa. Matt não poderia permitir isso e começou a correr em direções a eles.

    O garoto maior acertou um soco no garoto trouxa, o que deixou Matt relativamente irritado. Correndo e sem pensar muito, Spencer se jogou com os punhos cerrados em cima do garoto maior, o impedindo de socar novamente o garoto trouxa.

    - O que você está fazendo? - disse Matt enquanto segurava o garoto maior no chão. Não sabia se poderia contê-lo, mas simplesmente não poderia deixá-lo agredir o garoto trouxa.

    O garoto se debateu por um instante e parecia olhá-lo com raiva, até que, se conteve e começou a olhá-lo um pouco surpreso e assustado.

    - O que foi? - disse Matt sem entender porque o garoto mudou sua expressão.

    Matt soltou o garoto maior e começou a se levantar, embora sem baixar a guarda. O garoto o seguiu, levantando em seguida ainda meio com uma cara de bobo.

    - Então você é o filho do senhor Spencer? - disse o garoto maior - Não sabia que vocês Spencers eram apaixonados por trouxas - completou o garoto deixando o local. Embora ele estivesse indo embora, aquilo não parecia que ia terminar ali.

    Matt não entendeu muito bem e ignorou o acontecimento. Se aproximou do garoto trouxa e estendeu sua mão para ajudá-lo a se levantar.

    - Você está bem? - disse Matt.

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    Mensagem por Joe Spiegel 30/1/2017, 19:11

    Março de 1987 – Verdello
    Sem entender muito bem como os fatos se sucederam, Joe inadvertidamente percebeu alguma coisa dura acertar seu rosto, jogando para longe e o fazendo cair de olhos fechados diretamente em cima de caixa vazias que provavelmente algum trabalhador das docas havia deixado atrás da loja.

    Ainda com os olhos fechados e com o a região lateral do olho esquerdo ainda muito dolorido, Joe se preparou para receber outros golpes – esse era o procedimento dos valentões da sua antiga escola trouxa, o jogar no chão e depois chutar até cansarem enquanto davam gargalhadas.

    Felizmente os demais golpes não seguiram, mas o barulho de briga continuava. Parecia que alguém mais estava apanhando também daquele garoto estranho de cabelos metodicamente penteados que lhe esmurrara. Com um misto de medo, mas também de esperança em poder ver um caminho para onde fugir, Joe abriu lentamente suas pálpebras.

    Para sua surpresa um novo garoto se postara entre o grandalhão e ele.

    Ambos pareciam discutir. O recém chegado não aparentemente não tinha a mesma altura do garoto que lhe havia batido, mas notando a coragem e que agora estava em desvantagem, o grandalhão balbuciou algumas coisas aparentemente com raiva e saiu do local notando algo que Joe e seu defensor ainda não tinham notado.

    Joe não sabia o que fazer. Será que eles queriam o dinheiro do lanche? Alias, tinham que gastar com lanche em Edoras também? Seu pai tinha lhe deixado dois galeões e alguns nuques para comprar alguma coisa caso precisasse. Será que seria suficiente para aquele novo garoto o deixar em paz?

    Resolvida a situação entre os garotos que estavam de pé, o garoto loiro que o defendera se aproximou, ao que parecia ao olhos de Joe, com bastante confiança.


    Matt Spencer escreveu:- Você está bem? - - disse Matt.

    – O garoto estendeu a mão para Joe, que surpreso com a ação inesperada de bondada, atuou como sempre atuava quando algum valentão vinha pegar o pouco dinheiro que as vezes ele recebia para comprar balas.

    -  Pode pegar essas moedas de parta... acho que são nuque. – Disse o jovem Spiegel pegando as moedas que estavam em seu bolço (os galeões estavam guardados em local) - são tudo que eu tenho!
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    Mensagem por Matthew Spencer 30/1/2017, 19:26


    Ao tentar ajudar o garoto, Matt foi surpreendido com a reação extrema de oferecer o próprio dinheiro para não apanhar dele, desconfiando de sua boa ação. Fazia muito tempo que o rapaz não via uma cena como aquela, pois sempre tentava evitar esse tipo de situação por onde ia.

    - Não quero roubar seu dinheiro - disse Matt um pouco constrangido - Só quero lhe ajudar a se levantar - completou puxando o braço do garoto e devolvendo seu dinheiro em seguida. Matt tentou ser amigável, suprimindo um pouco de seu constrangimento por ter sido confundido com algum valentão.

    Era um pouco entristecedor que o garoto trouxa tomasse aquela atitude, mas Matt sabia que poderia ajuda-lo a recuperar a confiança naquele momento, mesmo que ele próprio também não entendesse tanto de como escolas mágicas funcionavam.
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    Mensagem por Joe Spiegel 30/1/2017, 21:51

    -  Não? Mas eu... você, aquele grandão... perigo. – Disse ainda confuso o garoto - Achei que queria meus nuques!

    Nas escolas trouxas, pelo jeito estranho e seu porte atlético franzino, várias vezes Joe passou por diversas situações difíceis. Na vida bruxa, Joe ainda não sabia, mas não descender de pais bruxos ainda lhe causar muitos problemas e o forçaria a se provar cada vez mais e mais como um bruxo qualificado.

    Felizmente a pontual aparição pontual do novo amigo partilhou um pequeno alivio perante os sofrimentos que a vida lhe reservava.


    -  Bem, obrigado então... – Disse aceitando a ajuda do garoto para se levantar, mas ainda suspeitando daquele gesto inesperado - Mas não sei se posso te ajudar... não acho que tenha nada te interesse...

    Acostumado a ser um garoto sem muitas posses, e assim também, um garoto sem muitos amigos, Joe sempre ficava com um pé atrás de pessoas que não queriam nada. Todos que conhecia sempre queriam alguma coisa. Seja seu dinheiro do lanche, ou seja ajuda com os deveres de casa. Nenhuma boa ação ficava impune.

    Já colocado devidamente em pé, espanou um pouco a poeira do corpo e antes que pudesse verificar quais os interesses do novo conhecido, olhou para trás para ver seu local de aterrissagem. Notou então o estrago que tinha feito em todas aquelas caixas de diversos tamanhos.

    Nesse momento, notou também que um senhor vinha, com varinha em punho na direção de ambos.


    -  Ma quella merda è stato? –  O homem gritava apontando para as caixas quebradas - Voi due piccoli ritarderà tutto il mio carico.

    O homem em questão era Gino Cavallini, velho comerciante italiano que vivia exportando madeira magica para fora de Verdello.
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    Mensagem por Matthew Spencer 18/4/2017, 18:24


    Matt continuou se surpreendendo com o comportamento deo garoto. Era um pouco triste que ele tivesse sofrido algum tipo de bullying por toda a vida antes de chegar ali. Por um momento ele se lembrou de quando chegou na escola trouxa pela primeira vez, um dos garotos maiores "cobrava" o dinhero do lanche de determinados jovens e, em determinado momento do ano houve uma "guerra" para definir quem ficaria com o dinheiro dos garotos mais fracos. Posteriormente Matt cresceu o suficiente para impedir que aquilo acontecesse com seus amigos.

    Quando finalmente notou que estava seguro, o garoto o agradeceu só que, mais uma vez um pouco desconfiado, dizendo que não possuía nada de interessante para oferecer, mais uma vez demonstrando que sofria abusos complicados na escola anterior.

    - Não, você não precisa me oferecer nada, eu só não queria rapaz batendo em você - disse Matt tentando mostrar um pouco de compaixão - Eu sou M... - tentou completar, antes de ser interrompido pelo senhor italiano furioso com sua varinha em punho.

    No começo Matthew não entendeu muito e ficou sem saber como reagir, eis que se tocou de que o senhor apontava para as caixas e falara algo sobre "atrasar a carga". Matt não era um especialista em italiano, mas andou por vários países da Europa com seus pais, inclusive a Itália, tendo uma noção relativamente alta, para uma criança, de todas aquelas línguas.

    O garoto então deu um passo à frente, de certa forma protegendo o outro garoto do senhor italiano, extendendo as mãos para frente em um sentido de "calma", tentou conversar com o senhor.

    - Mio padre è Thelonious Spencer, egli può pagare per questo - disse Matt tentando racionalizar com o senhor antes que ele fizesse alguma loucura.

    De repente, o senhor guardou a varinha, ficou relativamente vermelho e começou a ficar agitado. Ele segurou Matthew levemente pelos ombros.

    - Scusa scusa, non sapevo chi è tuo padre - disse o senhor, parecia extremamente envergonhado - L'ho dovuto ripagare per quello che ha fatto per noi in Italia - completou.

    Matt não tinha dimensão do que aquilo significava, era como se seu pai fosse um super-herói ou algo similar. Ele ainda tentou insistir que seu pai pagaria pelos danos, mas o senhor italiano não quis saber e ainda lhe deu uma boina italiana no final de tudo. Segundo Matt entendeu de seu italiano, era o mínimo que poderia fazer, já que nunca havia se encontrado pessoalmente Thelonious, mas sabia tudo sobre ele e a família e toda sua contribuição na guerra, embora não tenha conseguido reconhecer Matthew de primeira.

    Ainda sem entender muito, Matt se voltou a falar com o garoto, embora não soubesse direito o que dizer e nem onde estava.
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    Mensagem por Joe Spiegel 17/3/2018, 23:31

    Como se habituara recentemente, após descobrir sobre as peculiaridades do seu sangue materno, mais uma vez o pequeno Joe se via no meio de um “rápido” desencadeamento de fatos dos quais não fazia a menor ideia do que se tratava.

    O menino sem nome se apresentava e não falava coisa com coisa. Nem havia dito seu nome, mas já falava que não queria o dinheiro.


    “Quem não quer dinheiro? Se meu pai tivesse dinheiro nossa vida seria muito melhor” – pensou o garoto.

    No entanto, antes que pudesse fazer qualquer coisa, articular qualquer palavra, argumentar qualquer ideia, mais uma vez a história mudava de rumo.

    Um senhor, já com uma certa idade e traços bem marcantes, vestindo trajes diferentes dos bruxos que conhecia (algo que não era muito relevante, visto que conhecia poucos bruxos de fato), segurando uma varinha magica de um marrom vivo, enquanto gesticulava com as mãos e falava palavras que ele não conhecia entender, será que o bruxo está o amaldiçoando?

    O homem parecia muito bravo.


    “Não quero morrer por uma magia doida antes mesmo de entrar na escola”

    O primeiro impulso do jovem Spiegel foi de sair correndo, os gestos irritados com as mãos e as palavras desconhecidas assustaram fortemente o garoto, mas antes que pudesse tomar qualquer medida, mais uma vez alguém veio a seu resgaste.

    O garoto sem nome aparentemente conhecia alguma magia, seriam aquelas palavras algum tipo de magia de impedimento? Um contrafeitiço?

    Por uma fração de segundos os olhos de Spiegel brilharam um fogo vivo. Não sabia o que aqueles desconhecidos estavam fazendo, mas sabia que queria aprender. Principalmente quando notou que os poderes do novo “amigo” pareceram surtir tanto efeito.


    “Será que ele usou uma magia de mudar o humor das pessoas?”

    O homem, antes rabugento e ameaçador agora parecia encantado, como se tivesse virado um cachorro dócil que faz tudo para agradar o dono.

    Ao notar que mais uma vez tinha ficado em segundo plano, percebeu que sua parte nesse história pelo jeito tinha acabado por ali. Ambos falaram várias palavras estranhas por um extenso momento e o garoto pelo jeito tinha ganhado um novo boné.

    Nesse meio tempo, já que ninguém estava a prestar atenção nele, Joe resolveu pegar suas coisas. No meio da bagunça, com a queda em cima das caixas, alguns de seus pertences tinham se espalhados. O velho caldeirão de segunda mão que tinha acabado de comprar numa loja de materiais usados agora tinha mais uma amassado, e suas penas de escrever, um dos poucos itens comprados novos pelo baixo preço, que deveria estar em ótimo estado, agora já se encontravam literalmente “semi-depenada”.


    - Mais uma vez vou ser o garoto pobre zoado pela sala por ter as coisas de segunda mão... – Disse baixinho com um olhar triste. – E desse vez sem ter o meu pai para me ajudar...
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    Mensagem por Matthew Spencer 10/8/2018, 23:52


    Matt ainda estava embasbacado com a atitude do homem. Quando chegasse na escola tentaria enviar uma carta ao seu pai explicando o ocorrido para que ele pudesse cobrir os prejuízos do homem. Afinal, embora não tenha sido culpa total deles, não era justo que ele arcasse com tudo sozinho.

    "Espero que meu pai entenda e ajude esse homem...".

    Quando Matt se deu conta, o garoto estava já meio longe. Observando rapidamente, ele parecia bem desapontado, talvez pelo que havia ocorrido com seu material. Matt pensou um pouco antes de se aproximar e verificou se ainda tinha bastante dinheiro para, talvez quem sabe, ajudar o garoto. O pai de Matthew costumava dar boas quantias ao garoto, pois, apesar da pouca idade, ele mostrava boa responsabilidade e só gastava com o necessário.

    Começou então a se aproximar do garoto para oferecer ajuda.

    - Espere... - disse Matt após uma leve corrida até o local - Lamento pelo que ocorreu, ele parecia bravo pelas caixas, mas eu vou tentar consertar tudo depois para que ele não tenha problemas - completou falando rapidamente e sem mais pausas.

    Matthew então colocou a mão no bolso e puxou alguns galeões antes de começar as falar novamente. Essa ação deu mais trabalho do que ele esperava, fazendo com que ele fizesse certas caretas engraçadas ao notar que havia escolhido os bolsos errados.

    - Você parece precisar de novas penas... - disse Matt oferecendo os galões - Deixe-me ajudá-lo - completou, finalmente, mostrando um sorriso amigável.

    O garoto nem se dera conta de que nem havia se apresentado corretamente pelo que acontecera posteriormente. Aparentemente sua vontade de ajudar era maior do que obter algum crédito pessoal com isso. E, de fato, poderíamos dizer que Matthew sempre houvera sido um garoto que buscara ajudar os outros em momentos complicados, mostrando grande generosidade.
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    Mensagem por Joe Spiegel 22/12/2018, 05:03

    Em seu canto, tentando organizar seu material, Joe mal percebeu o outro garoto se aproximando novamente. Quando isso aconteceu, o jovem Spiegel quase deu um pulo para trás.

    Por alguns segundos Joe ficou sem ação segurando sua pena depenada enquanto Matt parecia observar os pertences de segunda mão ainda espalhados.

    No momento em que Matt começou a falar e procurar coisas nos bolsos, Joe mesmo constrangido aproveitou para começar a organizar mais rapidamente seu material, colocando tudo em seu devido lugar.

    Assim, nem bem o jovem Spencer puxou algumas moedas do bolso, Joe já havia terminado de “organizar” de maneira bem bagunçada seus pertences, não da maneira ideal, mas ao menos de um jeito que ele pudesse carregar até o navio.


    “Será que minhas coisas são tão ruins assim?”

    Foi o que pensou quando o garoto lhe ofereceu as moedas bruxas.

    Seu primeiro impulso foi de pegar as moedas, levantou a mão. Mas logo a vergonha falou mais alto, assim como o medo do que aquilo poderia significar para ele ou para sua família, principalmente se fossem reclamar com seu pai por ter “roubado” dinheiro de outra pessoa.

    Desse jeito, meio segundo depois de levantar a mão e hesitar, com a mesma mão aberta recém levantada fez um gesto negativo.


    - Não precisa… não é como se minhas coisas estivessem muito melhor antes desses garotos chegarem.

    Sem saber muito o que fazer, foi tomado por um impulso de sair daquele local. Parecia que estavam ali a quase dois anos.

    - Muito obrigado mesmo, mas ficaria mais feliz se pudesse me indicar onde exatamente tenho que pegar o barco, creio que já estamos em cima da hora. Tinham explicado mais ao menos ao meu pai e mim, mas não consegui chegar antes… antes de tudo isso acontecer.
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    Mensagem por Matthew Spencer 5/1/2019, 23:42


    Matt estava tentando ajudar o garoto, mas parece que não seria fácil. Por um momento, após o mesmo juntar suas coisas, pareceu que o garoto iria aceitar a ajuda, mas em uma mudança brusca, mas de certa forma justificada, ele recusou. O jovem Spencer tentou argumentar.

    - Pode pegar, meu pai tem bastante dinheiro - disse Matt tentando justificar sua ajuda - Seu material ficou praticamente arruinado - terminou a frase.

    Embora ele tenha tentado persuadi-lo, imaginou que não surtiria tantos efeitos. Provável que o garoto achasse que ele estivesse esnobando seu material ou algo parecido. embora essa não fosse a intenção de Matthew.

    Spencer achou que o garoto iria embora, mas ele fez uma pergunta após, aparentemente olhar para os lados, era sobre o barco para Edoras. De fato, ambos já estavam atrasados e não seria interessante perder o horário. Matt então agiu rápido.

    - Sim, atrasados - disse Matt coçando a cabeça ao olhar para seu relógio de bolso - Me siga! - o garoto correu em velocidade média para o porto.

    Matthew tentou não ir tão rapidamente, pois não sabia se o garoto o conseguiria acompanhar. Sempre procurou praticar esportes trouxas e naquela idade já tinha um fôlego invejável, sendo que sua própria mãe vivia dizendo para ir mais devagar. Geralmente, acabava não percebendo que estava indo tão rápido, mas, dessa vez, não queria assustar mais o garoto.

    - Chegamos... - disse Matt parando de repente e olhando para o porto.[b]

    Aparentemente o barco estava perto de partir e eles teriam que ser rápidos ainda.
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    Mensagem por Joe Spiegel 6/1/2019, 19:02

    Ao perceberem que estavam atrasados, o jovem bruxo que acabava de conhecer indicou o caminho. Sem saber realmente se podia confiar no novo amigo, mas sabendo que precisava chegar ao barco, seguiu o garoto Spencer com certeza cautela.

    Infelizmente, pela agitação de ambos por estarem em risco de se atrasarem logo no primeiro ano, Joe pouco conseguiu observar da glória de Verdello, uma cidade maravilhosa e que ele futuramente aprenderia a amar, mas que naquele momento passou como um borrão pelos dois enquanto corriam arrastando malões e malas até o porto.

    Ao chegarem no local, um barco imponente.

    Não era um barco parecido com os barcos modernos trouxas, mas era gigantesco, uma beleza rústica, com um ar mitológico e ancestral, mas ainda assim parecendo ter acabado de sair do estaleiro, como se estivesse rumo a sua primeira viagem e com sua pintura impecável, sem nenhum risco.

    Por um segundo Joe se deslumbrou com a visão.

    No entanto, ainda em alerta pela situação que passará a pouco, não tardou a notar os garotos que o haviam importunado anteriormente.

    E o inverso também foi verdadeiro.

    Notando que o barco estava para partir e percebendo a oportunidade de fazer com que Joe e Matt não chegassem a tempo, os meninos desconhecidos se dirigiram ao local de acesso ao barco, uma passarela de madeira que ligava o pier ao S.S. Anne.

    Compreendendo a intenção dos algozes, Joe tomou a primeira ação. Não podia permitir que aqueles garotos o maltratarem para sempre e não poderia ficar dependendo de intervenções de outras pessoas como de Matt para se safar dos problemas.

    Dessa maneira, pegou sua varinha, apontou para o garoto que começava a desengatar o acesso do barco e tentou se lembrar da palavras da magia que o outro garoto havia usado para acalmar o senhor alguns momentos antes.


    - Ecce panem parturiunt montes quaerens quem devoret!

    Joe não fazia ideia do que estava fazendo.

    A varinha, com a ponta mais fina voltada para Spiegel, começou a brilhar e soltar uma espécie de pó branco.

    Em uma fração de segundos, o pó foi se juntando em diversas pequenas massas que ganharam uma coloração dourada ao caírem no chão, aos pés do pequeno bruxo.

    As pequenas massas então começaram a tentar atacar Joe, que assustado começou a recuar aos pulos, tentando evitar a montanha que se formava.

    O garoto não sabia, mas tentando replicar as falas em italiano de Matthew acabou usando palavras aleatórias que ouvira seu pai utilizando em seus estudos sobre latim.

    Essa palavras desconexas, junto ao poder da varinha, conjurarão um ELEMENTAL DE PÃO, uma montanha de pequenos pães que tentava a todo custo atacar Joe.

    Tentando se proteger, jogou o balão para frente e puxou seu já amassado caldeirão para usar como escudo dos ataques das pequenas massas douradas que o miravam.
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    Mensagem por Matthew Spencer 7/1/2019, 01:05


    Matt observou que o garoto praticamente ficara paralisado com o incrível barco que os levaria até Edoras. Também pudera, como o jovem Spencer sabia bem, embora existissem embarcações trouxas incríveis, nada era comparado ao que podia se ver em Verdello. Isso o fez lembrar da sua decisão de se manter no Brasil e se sentir orgulhoso disso, afinal, em que outro lugar teria uma cidade daquele nível para se conhecer tão próximo da escola?

    Matt se perdeu tanto em seus pensamentos que não tinha reparado na movimentação dos garotos de anteriormente e muito menos a de Joe. Quando o garoto Joe puxou sua varinha, Matthew sabia que teria que agir logo. Ainda não conhecia muito de magia, mas imaginava que usar uma varinha daquele jeito poderia criar problemas catastróficos para o garoto.

    - Espere! A varinha está ao contr... - o garoto Spencer não conseguiu terminar sua frase, pois Spiegel disse palavras estranhas logo em seguida e um estranho pó branco começou a sair da ponta da varinha.

    Spencer tentou compreender o que o garoto dissera, mas não entendeu completamente embora soubesse português e inglês e tivesse noções de italiano, alemão e espanhol. Parecia alguma língua latina, mas ele não conhecia exatamente aquelas palavras.

    - O que é isso? - disse espantado e assustado com as massas que começaram a se formar. Não sabia que era possível criar coisas com magia.

    As massas logo começaram a atacar o garoto trouxa de uma forma bizarra que Matt sequer conseguia explicar. O garoto Spencer tentou agir rápido, tentando se lembrar de um feitiço que seu pai havia utilizado para empurrar seu carrinho durante a infância, mas avoado como sempre, não conseguia lembrar das palavras corretas.

    "Seria Defusto? Não, não é isso... Dessunto?".

    Spencer cansou e resolveu agir, o outro garoto estava no chão usando o caldeirão que comprara como escudo, quando Matt veio como velocidade e acertou com um chute uma das massas que voou e caiu na água. Spencer sorriu ao ter acertado, mas o problema ainda não estava resolvido.

    O garoto reagiu chutando as massas mais de uma vez, mas acabou falhando. Imaginou então que deveria jogá-las na água como fez com a outra.

    - Ah, o feitiço! - disse Matt tendo lembrado. O garoto tomou um pouco de distância e pegou sua ainda virgem varinha de Teca e cordas de coração de dragão, apontando para as massas - Depulso! - disse em alto e bom som.

    Uma das massas foi empurrada para mais próximo do fim do cais e Matt repetiu o feitiço mais algumas vezes até jogá-la na água. O garoto ficou feliz por ter realizado seu primeiro feitiço na vida, mas não teve tempo de comemorar, pois Joe ainda estava sendo atacado por um dos pães.

    Matt tentou utilizar o Depulso, mas parece que errou o alvo, acertando o caldeirão de Joe por engano e deixando-o em mais apuros ainda.

    O garoto então resolveu partir para a força bruta e se jogou em cima do pão. Brigando com o mesmo, tentava segura-lo e evitar que ele perseguisse Joe. Apesar disso, o pão era "forte" demais para seus musculos pouco desenvolvidos de criança, embora o garoto conseguisse evitar que ele saisse de suas mãos.

    Sem muita escolha, o garoto Spencer correu até uma das fontes próximas ao cais e se jogou nela junto com o pão, na esperança que isso o destruisse, plano que acabou dando certo, embora tenha o deixado todo molhado.

    Após alguns segundos, foi se levantando timidamente.
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    Mensagem por Joe Spiegel 7/1/2019, 23:35

    Ao verem o “feitiço” de Joe e sem compreenderam o que estava acontecendo os garotos que tentavam atrapalhar o acesso ao barco se assustaram e num pulo saíram correndo para dentro do barco.

    Joe, por outro lado, não sabia o que fazer, tentava apenas se defender.

    Felizmente o outro garoto, Matt, parecia ter um raciocínio rápido e perspicaz, tomando uma atitude veloz e assertiva.

    Vendo o sucesso do jovem Spencer, Joe se motivou a enfrentar as massas de pães que tentavam lhe derrubar.

    Dessa maneira, o jovem Spiegel acertou uma bela de uma porrada com seu caldeirão, arremessando uma dos pães para longe.

    Porém, quando se preparava para repetir o movimento uma raio mágico voou em direção ao seu caldeirão, o jogando para longe.

    Ainda mais confuso, e agora sem proteção, Joe fez o que pode para desviar dos ataques enquanto Matt tentava empurrar o pão que sobrava para a água.

    Com a situação resolvida, Joe então foi atrás de seu caldeirão, extremamente preocupado. Quando o encontrou, o estado estava pior do que antes. O impacto causado pelo feitiço de Matt, assim como a queda, quicando pelo chão, não tinham feito nenhum bem ao cada vez mais amassado caldeirão.

    Ao ver aquilo, Joe se entristeceu.

    Começou a chorar. Não aos prontos, mas quem se aproximasse poderia notar lágrimas escorrendo em seus olhos.

    Em sua cabeça, tudo que ele pensava era em como as aulas nem tinham começado e ele já tinha estragado tudo.
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    Mensagem por Matthew Spencer 8/1/2019, 01:10


    Matt se levantava de forma pouco vigorosa, na verdade, se sentia meio estranho. Todos viram sua dificuldade contra as massas que perseguiam o garoto que aparentemente havia nascido trouxa, mas ninguém parou para ajudar e isso o desapontou um pouco. Saiu da fonte um pouco cabisbaixo, sua primeira intenção era questionar o que o garoto achou que estava fazendo, afinal, ele não sabia nem usar uma varinha direito, por que tentou utiliza magia daquela forma.

    Tudo mudou quando Matt viu o garoto chorando. Não imaginava o motivo, mas achava que talvez tivesse sido por toda a situação de ter errado o feitiço e os feito de palhaços na frente de toda Verdello ou talvez pelo caldeirão que agora estava arruinado e isso por culpa de Matt. Em um gesto de solidariedade, o garoto Spencer tirou um belo caldeirão de sua mala e se aproximou novamente do garoto.

    - Vamos começar de novo, meu presente de desculpas - disse tentando sorrir - E não aceito um não como resposta, pois eu arruinei seu caldeirão - completou a frase para evitar que o garoto recusasse. Ao menos por agora.

    Matt se voltou para o barco e começo a andar, quando se lembrou de uma coisa.

    - Aliás - disse se virando novamente ao lembrar que tivera sua apresentação interrompida pelo senhor italiano desesperado - Sou Matthew Spencer - finalmente se apresentando.

    Spencer observava o barco, estava todo ensopado e não imaginava se o deixariam entrar daquele jeito. Gostaria de saber se existia algum feitiço para se secar e poder embarcar no navio sem problemas. Ainda estava meio perdido, quando um rapaz de cerca de 25 anos se aproximou, fazia parte da tripulação do navio.

    - Ei garoto, o que vocês pensaram que estavam fazendo? Vão abrir uma padaria de pães vivos - disse o rapaz rindo.

    Matt ficou um pouco irritado, já não bastava ter sofrido tudo aquilo e tido que resolver tudo sozinho com Joe, ainda teria que aturar o marinheiro enchendo o saco. Foi quando se enfezou.

    - Se vocês tivessem nos ajudado, nada disso teria acontecido - disse com certa raiva pela primeira vez.

    O rapaz deu mais umas risadas e fez um gesto para Matthew se acalmar.

    - Calma garoto, não é o fim do mundo, você até que lutou bem para um calouro - disse sem grandes pretenções - Qual o seu nome? - perguntou o rapaz.

    Matthew se fez de desinteressado, mas pensou que o rapaz talvez pudesse responder se ele poderia entrar no navio naquele estado, então resolveu responder a pergunta amigavelmente, se desfazendo do semblante raivoso, mas ainda emburrado.

    - Matthew Spencer - disse ele sem se importar.

    De repente, o rapaz ficou branco, parecia ter visto um fantasma e correu chamando pelo capitão do navio.

    "O que será que aconteceu?".

    Spencer olhava para trás, mas não via absolutamente nada, exceto pessoas curiosas e agora, igualmente preocupadas. Uma pequena multidão foi se formando ao redor dele e do outro garoto e Matt simplesmente não conseguia entender o que estava acontecendo. Inclusive um fotografo apareceu para tirar umas fotos dos dois garotos.

    "O que é isso?".

    Matt pensava olhando para o outro garoto. Eis que, depois de pouco tempo de esperava, o capitão aparece correndo e vem na direção de Spencer. "Machaut vai nos matar, céus!" Matt ouviu o capitão dizendo ao se aproximar.

    - Sr. Spencer, desculpe pelo inconveniente, temos uma cabine apenas para você lhe esperando, com roupas secas - disse visivelmente preocupado e constrangido - O rapaz é seu amigo? Se desejar, ele pode ficar com você na cabine - incluiu o jovem Spiegel.

    Matt ficou sem saber como reagir e, antes de responder, foi meio que escoltado pelos marinheiros para o navio, juntamente com Spiegel. E a multidão os seguia murmurando frases como: "É mesmo o filho do Sr. Spencer?", "Meu Deus, o que esse escândalo vai significar para Verdello?" e "Como puderam deixar isso acontecer?".

    Matt não entendia nada disso ainda, mas ele era uma criança importante, que tinha uma vaga reserva em Hogwarts desde que nascera, mas a rejeitou para ir à Edoras e isso significava muito para a escola, bem como para a cidade em termos de prestígio. Chegar e ser "maltratado" daquela forma causaria um grande escândalo na imprensa bruxa internacional uma vez que todas as escolas de magia do mundo estavam interessadas no menino.

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    Mensagem por Joe Spiegel 10/1/2019, 14:52

    Tudo parecia acontecer de uma maneira muito rápida naquele mundo mágico. Em um momento estava chegando calmamente com o fusca de seu pai, quando menos esperava, já estava com metade dos seus itens de segunda mão mais amassados do que deveria e com um caldeirão estranhamente ainda inteiro, apesar de cada vez mais surrado.

    Estava pronto para negar mais uma vez a ajuda do garoto que mal conhecia, qual será que era a dele? Por que tudo parecia ficar estranho quando ele falava?

    Antes que pudesse falar qualquer coisas uma série de adultos estranhamente preocupados e mais estranhamente vestidos, já que a roupa dos marinheiros bruxos eram bem diferentes do que Joe esperava, começaram a se aproximar.

    Em minutos mais uma vez tudo mudava com um piscar de olhos.

    Tentava procurar brechas para fugir daquela historia, ir para um lugar mais quieto, mas era conduzindo pelos responsáveis para dentro do barco e posteriormente para a cabine organizada pelo capitão.

    Apesar de não ser o melhor a ligar com as situações, o jovem Spiegel já sabia ligar os pontos para descobrir o básico do que estava acontecendo.


    - Seu nome é Matthew? Certo? - disse timidamente, ainda com os olhos semi-molhados e remelados das lagrimas recentes. - Meu nome é Joe... Desculpe por tudo que aconteceu... acho melhor eu deixar você em paz agora... pelo que entendi os marinheiros não querem que o seu pai saiba que você se meteu em confusão.

    Enquanto falava, começou a pegar suas coisas para ir procurar outra cabine.
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    Mensagem por Matthew Spencer 11/1/2019, 20:21


    Os garotos foram escoltados pelos marinheiros até uma cabine espaçosa no barco para Verdello. Durante todo o percurso, Matt se certificou de ainda estar levando o boné italiano do senhor que acabou sofrendo prejuízos por culpa dele, afinal, tinha que ajudar o homem de alguma forma posteriormente.

    Quando chegaram, foi oferecido um serviço de lavagem de roupa gratuito a Matt e roupas secas, entretanto, o garoto recusou o segundo, visto que já teria que trocar para as vestes da escola. Outra coisa interessante que trouxeram, foi um carrinho cheio de doces.

    Aparentemente, o outro garoto decidiu se manifestar nesse momento e disse que deixaria Matt sozinho e iria procurar outra cabine. Spencer, de prontidão e já usando as vestes de Edoras, se levantou.

    - Por que? Fique, como vou comer todos esses doces sozinho? - disse apontando para os doces - E você viu a quantidade de reporteres lá tirando fotos nossas? Meu pai vai saber de qualquer maneira ao ler o jornal - completou meio que dizendo para Joe não se importar tanto com isso.

    Matt foi até o carrinho e pegou muitos doces. Logo depois, começou a se aproximar do garoto.

    - Se você realmente quiser ir embora, pelo menos fique com isso - entregou os doces - Vou tentar explicar ao meu pai o que a aconteceu. Preciso ajudar aquele homem italiano - completou apontando para o boné ainda na sua cabeça.

    Matt se sentia meio culpado. Sabia que o que acontecera naquile dia tinha sido uma sucessão de eventos estranhos que raramente aconteceriam novamente, mas notou que o único que se saira prejudicado era o homem. Ele e Joe, ao menos, foram recompensados com uma viagem mais confortável para Edoras pelo fato de não ter nenhum funcionário para ajudar naquele momento.
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    Mensagem por Joe Spiegel 13/1/2019, 00:01

    Anos no futuro Spiegel refletiu bastante sobre aquele momento. Sua conclusão foi que se tivesse escolhido um caminho diferente para as ações a seguir sua vida seria muito diferente.

    Mas quem poderia culpar uma criança de 11 anos ter feito as escolhas que Joe fez naquele momento?

    O medo de atrair mais problemas era grande, mas que garoto resiste a doces?


    - Acho que... posso ficar mais um pouco... - disse estendendo a mão para pegar alguns dos doces. - Ao menos até os marinheiros que estão ali fora se distraírem.

    Após dizer isso olhou com mais atenção ao redor.

    A cabine era bem confortável e luxuosa, normalmente reservada para os monitores de Edoras. Dois bancos opostos, espaço para malas e malões, assim como um janela para o exterior.

    Timidamente Joe se sentou em um dos bancos enquanto abria uma barra de chocolate.

    Se Matt tivesse avisado Joe, este não teria se assustado tanto ou se enfurecido com o novo amigo.

    A barra de chocolate em questão era uma barra de "Chocolate Fantasma". Um tipico chocolate bruxo brasileiro, que obviamente Joe não conhecia.

    Para poder comer o "Chocolate Fantasma" assim que abrisse a embalagem você precisava dar um susto para "congelar" o chocolate e impedir que ele evaporasse como um fantasma.

    Normalmente os jovens bruxos brasileiros apenas gritavam "BU" assim que abriam a embalagem.

    No entanto, sem saber disso Joe abriu o plastico tranquilamente apenas para ver o chocolate emitir um som fantasmagórico e em uma fração de segundos desaparecer.

    Assim, nas mãos do pequeno Joe ficaram apenas a embalagem e uma figurinha de um bruxo famoso do qual ele nunca tinha ouvido falar.

    Indignado, achando que era uma pegadinha, se levantou e rumou para a porta.


    - Se você não queria ser meu amigo, não precisa me trazer aqui só para tirar sarro da minha cara!

    Joe não compreendia ainda que Matt não tinha nadaver com aquele chocolate.
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    Mensagem por Matthew Spencer 13/1/2019, 09:44


    Com a resposta positiva de Joe, Matt indicou o caminho ao garoto, como se precisasse, e sentou-se em um banco próximo. Eram muitos doces e ele não sabia nem por onde começar, havia de tudo, feijõezinhos de todos os sabores, sapos de chocolate, assim como opção brasileiras também. Estava quase no céu.

    Matt então decidiu comer alguns feijõezinhos. Começou por um de cor meio amarronzada e torceu para não ser terrível... Humm... Caramelo! Boa escolha. O garoto estava tão distraído que nem havia pensado novamente que o outro garoto pudesse ter vindo de uma família trouxa ou algo parecido, foi quando o chocolate deu um susto em Joe e desapareceu.

    Joe se levantou e já queria sair correndo até a porta. Já Matt deu umas risadas, se lembrara de quando tinha caído nessa pela primeira vez. De fato, não havia sido nada engraçado, mas agora parecia. Eis que Spencer se lembrou que, aparentemente, Joe conhecia muito pouco do mundo mágico.

    - Não fui eu... Você caiu na armadilha do Chocolate Fantastma - disse Matt pegando outro entre os doces - Você tem que assustá-lo antes, para que ele não te assuste e suma - abriu rapidamente - BU! - falou de forma relativamente alta - Pronto, agora você pode come-lo - finalizou oferecendo o chocolate.

    Ficou imaginando como seria chegar em Verdello sem conhecer absolutamente nada do mundo bruxo. Realmente, Joe deveria estar com a cabeça explodindo nesse momento, pois é como se todas as bases do mundo caíssem por terra e ele estivesse agora no meio do desconhecido tendo que aprender tudo de novo. Matthew pensou mais ou menos isso, talvez não com tantos detalhes, mas era bem assim que imaginava que Joe estava se sentindo.

    - Você não sabe muito sobre magia, não? - disse tentando ser compreensivo - Só descobriu que existiam bruxos com a carta de Edoras? - completou tentando não parecer arrogante por "saber mais".

    Spencer tentou ser amigável, afinal, o garoto não tinha culpa de não conhecer magia. Nem ele conhecia tanto também. Estava apenas acostumado com as coisas do mundo mágico desde criança, inclusive, era meio difícil esconder das demais crianças trouxas. Como não teve nenhum amigo bruxo até aquele dia, aquele momento estava sendo bem especial, poder utilizar indiscriminadamente qualquer artefato que indique a presença dos bruxos no mundo sem problemas.
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    Mensagem por Joe Spiegel 13/1/2019, 15:45

    O jovem bruxo estava inconformado com a situação, e as risadas de Matthew não ajudavam muito.

    Ainda atordoado ouviu a explicação do novo amigo, que o acalmou um pouco.


    - Não sei muito mesmo... - respondeu a pergunta do jovem Spencer enquanto dava uma bela mordida no chocolate que finalmente estava em suas mãos. - Nossa! Que chocolate maravilhoso!

    Fascinado, pegou mais uma barra de chocolate, assustou e abriu para continuar comendo.

    - Minha mãe era uma bruxa, eu acho, mas nunca contou para o meu pai... - esclareceu. - Só fui descobrir que tudo isso existia de verdade quando recebi a carta.

    Mais calmo, começou a reparar melhor nos detalhes. Então observou as três figurinhas colecionáveis que estavam em suas mãos

    - Quem são esses? Acho que nunca ouvi falar deles... - enquanto falava, observava as figurinhas retangulares que se mexiam - Guillaume de Machaut Neto, Paulo Coelho, Leonardo Skynyrd... são importantes?
    Matthew Spencer
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    Mensagem por Matthew Spencer 17/9/2019, 22:26


    Matt tentava evitar, mas não tinha como no momento, a cena que Joe estrelou havia sido engraçada demais para evitar os risos, mas tudo se resolveu quando o jovem Spiegel provou o chocolate, que, como Matt já sabia, era simplesmente incrível.

    Em seguida, Joe contou um pouco de sua pequena história bruxa. Aparentemente, sua mãe era bruxa, mas parece seu pai não sabia da existência dos mesmos. Matt não estranhou tanto, pois estava acostumado a esconder suas origens com a sua família, principalmente quando era bem pequeno. Não poderia imaginar a razão pela qual a mãe de Joe esconderia a origem, mas, de certa forma, entendia.

    - Entendi... - disse Matt prestando a atenção enquanto saboreava mais um feijãozinho. Uva! Que sorte! - Que pena, você poderia ter sido melhor preparado - coçou um pouco a cabeça e pensou no que dizer antes de continuar - Mas pense pelo lado bom, agora você pode conhecer todo um novo mundo que não fazia ideia que existia! - levantou-se entusiasmado, afinal, ele mesmo se entusiasmava com várias coisas do mundo bruxo que ainda não conhecia.

    Matt ficou um pouco curioso em conhecer melhor a origem da mãe de Joe e o porquê dela nunca ter contado seu segredo, mas imaginava que nem o garoto conhecia muito sobre, pois até pouco tempo atrás nem sabia que corria sangue bruxo em suas veias. Deu de ombros então e resolveu comer mais um feijãozinho... Arghh, sujeira... Acabou, em um reflexo involuntário, cuspindo em seguida. Sempre acontecia, mais cedo ou mais tarde.

    Nesse meio tempo, Joe estava foleando as figurinhas dos bruxos e perguntou a Matt de quem eram aquelas figuras.

    - Ahh, essas figurinhas... Tenho uma grande coleção e posso te mostrar durante as férias! - disse se entusiasmando novamente - Esse de longos cabelos encaracolados brancos é o diretor de Edoras! Não o conheço, mas dizem ser muito justo e sábio  - disse se entusiasmando novamente -  Já esse cabeludo de barba é um grande escritor e alquimista brasileiro, ouvi dizer que um dos seus livros de mais sucesso sobre alquimia é um dos mais vendidos da história  - continuou apontando para a segunda carta - Esse... Se não me engano é um grande empresário bruxo americano... Parece que ele possui uma grande fábrica de vassouras e às fornece para Edoras, ou algo parecido... Não sei direito... - finalizou ainda meio confuso, pois sabia bem pouco sobre o último nome e só lembrava de ter lido algo parecido com o que disse em um jornal.

    Spencer pegou um chocolate no meio tempo para tentar tirar o gosto horrendo de sujeira da boca. Feijõezinhos de Todos os Sabores eram ótimos, mas sempre tinham essas surpresas desagradáveis. De qualquer forma, estava sendo bem divertido compartilhar um pouco de seu ainda pouco conhecimento bruxo com seu aparentemente primeiro amigo na nova escola.

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